"Vermelho, Branco e Sangue Azul", de Casey McQuiston

“Às vezes você simplesmente pula e torce para que não seja um penhasco.”

Hoje vou deixar as publicações "cabeçudas" de lado para falar de um estilo de livro que não costumo comentar por aqui; ficção juvenil, também conhecido como Young Adult ou YA.

É verdade que o estilo não é minha praia, mas por vez ou outra são lançados títulos que realmente chamam minha atenção.

É o caso de "Vermelho, Branco e Sangue Azul", da Casey McQuiston, que foi uma das minhas leituras mais divertidas de 2020.

Com uma escrita que me lembrou bastante Taylor Jenkins Reid, conhecida por "Daisy Jones and the Six" e "Os Sete Maridos de Evelyn Hugo", McQuiston cria uma trama realmente interessante e diferente de tudo que já li.

Num primeiro momento pode até parecer ser apenas mais uma comédia romântica com um enredo inovador, afinal, ela narra, num estilo "enemies to lovers", como o filho da primeira presidente mulher dos EUA, Alex, se apaixona - e é correspondido - pelo príncipe britânico Henry.

E aqui está a grande sacada da obra, muito além do romance em si, ela trata muito de relações internacionais, entrando bastante nos aspectos políticos e culturais tanto da Casa Branca quanto do Palácio de Buckingham.

Quem assistiu “The Crown” ou acompanhou as eleições norte-americanas vai adorar identificar essas pequenas caraterísticas: existem referências ao pleito de 2016, às brigas internas dentro da família real e também às formas como os protocolos da realeza interferem nas vidas pessoais dos envolvidos.

McQuiston também não poupa esforços para debater temáticas Queer que outros livros do gênero poderiam achar mais confortável deixar passar batido. Além de tocar em importantes questões raciais; Alex, o protagonista, é de origem latina por parte de pai.

Em suma, é um livro divertido e leve, mas sem ser bobo. Uma ótima leitura para o recesso de fim de ano.

Em tempo: "Vermelho, Branco e Sangue Azul" está sendo adaptado para uma série do Amazon Prime que deve ser lançada no próximo ano e que conta com a diva Uma Thurman no papel de Ellen Claremont, mãe de Alex e presidente norte-americana.